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quarta-feira, 24 de novembro de 2010

Violência sobre os Trilhos

Bom dia,

Ontem à tarde dia 23/11/2010, os trens do ramal de Santa Cruz estavam circulando só até a estação de Bangu, pois a Supervia estava alegando que havia um tiroteio na estação de Senador Camará, essa não é a primeira vez que ocorre isso, já que o Rio de Janeiro não consegue conter a violência nas ruas, então por que esses trens novos que eles estão falando que chegarão em 2011, não vem com blindagem?
Será que nós passageiros de trem teremos que andar com fuzil para pelo menos nos defender-mos?

Atenciosamente,
Cleber Rocha
CRC RJ 091156/O-0
Tel. 8685 7841/9396 4323

quarta-feira, 17 de novembro de 2010

SuperVia: Agetransp instaura processo para apurar causas da paralização
Milhares ficam a pé depois que composição da SuperVia sofre pane em Gramacho
POR GERALDO PERELO

Rio - Milhares de passageiros que usam o ramal de trem de Saracuruna — por onde transitam 70 mil pessoas ao dia — ficaram a pé ontem de manhã, após uma composição que seguia para a Central do Brasil sofrer pane no pantógrafo — equipamento que fica em cima do trem para captar a energia que o movimenta. Dez estações da SuperVia (Saracuruna, Jardim Primavera, Campos Elíseos, Gramacho e Caxias, na Baixada, além de Vigário Geral, Parada de Lucas, Cordovil, Brás de Pina e Penha Circular, no Rio) não funcionaram a manhã toda.

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Com pane no trem, ponto de ônibus perto da estação Gramacho lotou | Foto: Alessandro Costa / Agência O Dia
Até ontem a noite, passageiros ainda precisavam fazer baldeação em Gramacho, trocando de trem para o destino final de Saracuruna. A previsão era de que o sistema fosse normalizado só de madrugada. O defeito ocorreu às 7h30, perto de Gramacho, obrigando os passageiros a caminhar cerca de 500 metros pelos trilhos. Muitos desistiram de ir ao trabalho ou correram para pontos de ônibus.

“Vou ter que voltar para casa, porque não tenho dinheiro para pagar outra condução e seguir até Olaria, onde trabalho”, reagiu Ana Edite Maria de Jesus, 56. Marco Antônio da Silva, 34, também ficou no meio do caminho. “Não tenho como chegar ao trabalho, na Tijuca. Ofereceram um bilhete para eu viajar amanhã. Quero saber quem vai pagar o meu dia hoje”, protestou.

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Escandalo mesmo é uma pessoa levar mais de 2 horas para chegar no trabalho

Fernando Molica: Vidas perdidas nos ônibus

Rio - O Bilhete Único Carioca colaborou para ressaltar uma situação antiga e absurda. O problema maior não é o tempo-limite — duas horas depois do primeiro embarque — para a utilização do bilhete em outro ônibus. É razoável supor que a situação será contornada, meia hora a mais não vai quebrar os donos de ônibus, agora concessionários do serviço.

Escândalo mesmo é uma pessoa levar mais de duas horas para chegar a um local de trabalho que fica em sua cidade. Na prática, muitos mofam até três horas dentro de ônibus. Se contarmos o tempo da volta, veremos que cariocas perdem quatro, cinco e até seis horas em deslocamentos obrigatórios e desconfortáveis.

É tempo demais, tanto sufoco não é justo. Alguém que fique cinco horas diárias dentro de ônibus terá perdido, no fim de um ano, 1.210 horas. Isto equivale a mais de 50 dias inteiros, de 24 horas. O cálculo só leva em conta dias úteis e ainda desconta um mês de férias. Dos 365 dias de um ano, 50 ficam pelo caminho. Tempo em que o trabalhador ou trabalhadora não pôde namorar, ver TV, jogar conversa fora, ir a um cinema, brincar com os filhos, conferir se eles fizeram a lição de casa. Este tempo de vida roubado torna inútil, para muita gente, a ampliação dos horários das creches, inviabiliza a presença dos responsáveis em reuniões escolares.

A ineficiência do transporte público tem consequências graves para a economia e, principalmente, para a vida dos cidadãos. A precariedade contribui para a favelização das regiões próximas ao Centro e até para a permanência de uma lógica de trabalho que só deveria existir em casos excepcionais: não faz muito tempo, para fazer uma reportagem, embarquei num trem para Austin no fim de tarde de uma sexta-feira. Conheci várias mulheres — babás, empregadas domésticas — que voltavam para casa. Só faziam isto uma vez por semana, o transporte caro e ruim contribuía para que elas dormissem de segunda a sexta no trabalho. Uma situação absurda: viam mais os filhos dos patrões que os seus.

O Bilhete Único mostrou que não basta diminuir o peso das passagens no bolso, é preciso criar alternativas rápidas e confortáveis de deslocamento: trens e metrô têm que ser melhorados, o corredor de ônibus expresso na Avenida Brasil precisa sair do papel, é fundamental dar um jeito nas barcas. Os investimentos para a Copa do Mundo e para as Olimpíadas representam uma ótima chance para dar um jeito numa situação que maltrata muita gente.


Fernando Molica é jornalista e escritor